Homossexualidade em São Tomé e Príncipe [Saiba Mais]


Confesso que apesar de todo o conhecimento que tenho sobre o tema homossexualidade, pela primeira vez senti-me comprometido, pois escrever sobre a homossexualidade em São Tomé é um assunto delicado.
A homossexualidade é definida como a atracão física, emocional e sexual por outra pessoa do mesmo sexo. Ora então, na cabeça de um são-tomense este “terror” não ocupa um lugar na sociedade, até porque desde tenra idade os rapazes são induzidos na brincadeira de “papai e mamãe” , o que de certa forma afasta o pensamento de sentirem atraídos por pessoas do mesmo sexo.
Relatos de jovens com alguma cultura geral são do género: São Tomé e Príncipe não tem gays nem lésbicas, homossexualidade é coisa dos europeus, o homem africano não tem essas coisas e isso é moda da Europa.
Muitos ainda afirmam que ao chegar à Europa, ao verem pessoas a assumirem-se homossexuais, também se sentem motivados para fazer tal escolha porque encontram alguém que tem a mesma linha de pensamento e quiçá menos descriminado caso siga a tal orientação.
Esses comentários são no mínimo paradoxais, uma vez que em São Tomé e Príncipe a maioria dos homens possuem mais de uma mulher publicamente, porém o adultério ainda é tabu.
Ora vejamos, se é normal um homem ter mais do que uma mulher, e ser considerado valente, por que é que uma pessoa não pode sentir-se atraída por outra do mesmo sexo?
A sociedade são-tomense é toda ela construída por um conjunto de preconceitos e tabus, quer fruto de uma crença alimentada pelos mais velhos, quer por consequência de uma escolaridade baixa, quer por temor ao desconhecido.
Ninguém escolhe ser homossexual. Esta orientação deve-se a todo um conjunto de factores que nada tem a ver com a pessoa em si. Por mais que se queira não se consegue contrariar a natureza. A homossexualidade não se resolve com sexo, é preciso livrar-se da ferida interior que é lidar constantemente com uma sociedade que só discrimina. É preciso que a própria pessoa admita que é homossexual.
Pode até levar anos, décadas ou até mesmo séculos, por mais que se queira contrariar a verdade vem sempre ao de cima, no entanto demora muito tempo a mudar mentalidades.
Somos ensinados a aceitar a diferença, mas na mente de um são-tomense a diferença não é riqueza mas sim um mal que deve ser cortado pela raíz.
Nas ilhas maravilhosas, todos os indivíduos diferentes são menosprezados, os deficientes visuais, físicos, mentais, só porque não são iguais ou “normais” como os outros. O importante em São Tomé e Príncipe é ser-se normal.
São Tomé e Príncipe é um país pequeno, e a homossexualidade é um tema rejeitado pela classe política, pelas elites e pela população em geral. Principalmente pelos mais velhos. É um tema tabu e muitos até desconhecem o significado do termo.
Apesar de tudo, com o passar do tempo, as mentes vão abrindo e já se realizou o primeiro evento de gays e lésbicas no país, o que forçou uma reflexão inicial sobre este tema ainda tão sensível na sociedade santomense.
Agora resta saber o que virá depois.
Fonte: http://stpdigital.net/lifeestyle/837-homossexualidade-em-sao-tome-e-principe.html
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